CAPÍTULO 1º
‘’ARTIGO 1º E ÚNICO – Data desde o começo da
humanidade, sempre que circunstâncias especiais têm reclamado reunirem-se
parcialmente um número de pessoas para fins coletivos vir a, com maior força, fundar
uma grande obra ao debelarem um mal eminente, como soldados que em linha de
batalha avançam com força coletiva sobre os territórios de suas conquistas. Na
Igreja de Deus também se tem congregado homens e mulheres, e sempre em seus
tempos mais calamitosos para, como soldados da Milícia de Cristo, com a Cruz
alçada, o estandarte da fé, continuarem a conquista do Gólgota seguida pelos
Apóstolos cujos exemplos, depois dos mesmos Apóstolos, temos em São Francisco
de Assis, São Vicente de Paula, Santo Inácio, São Francisco de Sales e São Luis
e das Santa Clara, Santa Teresa de Jesus, Santa Joana de Chantal, Santa
Catarina de Sena e outros muitos grandes santos e santas que seria difícil
enumerá-los.
A
Congregação na Igreja de Deus foi uma necessidade de todos os tempos e sua
origem é toda Divina. Foi o mesmo Jesus Cristo quem o disse: ‘’Onde houver duas
ou mais pessoas em meu nome, eu estarei no meio deles.’’[1]
A primeira Congregação que houve na Igreja foi a dos próprios Apóstolos que se
configuraram a Jesus Cristo e foram confirmados e iluminados pelo Espírito
Santo no Cenáculo e saíram com a força coletiva para pregar a verdade.
A
missão ou o ponto objetivo de todas essas congregações, tem sido, mais ou menos,
a oração o ensinamento.
Jesus
Cristo orou muito, pregou e ensinou muito e o primeiro preceito que impôs aos
seus Apóstolos depois da oração foi o do amor.
Os
Apóstolos oraram, pregaram e ensinaram.
De
Jesus Cristo datam, portanto, as Congregações docentes, abrindo seguimentos
para esses dois divinos preceitos. A Congregação docente ainda prescreve um outro preceito também
ordenado por Jesus Cristo quando disse: ‘’Deixai vir a mim os pequeninos porque
deles é o Reino dos Céus.’’[2]
Em que demonstrava o quanto amava a reunião e a união dos pequenos a Ele. Este
preceito sublime do Evangelho e seu cumprimento não só é de vantagem imensa
para Deus, para a Igreja e para a própria sociedade como de grandes consolações
para a congregação docente: o afagar as criancinhas, salvá-las da perdição, formar
seus inocentes corações no amor de Jesus Cristo e dirigi-las para o céu! Haverá no mundo missão mais nobre?
A
Congregação docente não só está no espírito da Igreja como é a continuação do verdadeiro apostolado. A
França, a Espanha, a Itália, a Inglaterra e a Alemanha têm visto erguerem-se
como fermento essas importantes congregações docentes sempre inesperadamente por virem justamente nas
ocasiões de lutas e perseguições contra a mesma Igreja. Nessas condições está o
Brasil onde uma Congregação docente faz-se necessária e urgente. A perseguição
contra a Igreja, os vexames civis das leis, a provação que a afligem bebendo
todos os erros que se importam da Europa sem encontrar Casas Colégios ou Asilos onde
possam beber a boa doutrina, colher a verdade e receber o bem e outros muitos
males espúrios a prevenir-se.
Entretanto,
no meio de tudo isto são as vocações verdadeiramente extraordinárias que se
manifestam, porém frágeis de Providência Divina, que formam um conjunto de
circunstâncias as quais nos mostram a necessidade da Congregação docente.’’
Fevereiro/ 1876
Padre João Francisco de Siqueira Andrade
(Transcrito por Ir.
Neli e Ir. Rossana (maio/2013), do original escrito pelo Padre Siqueira que se
encontra nos arquivos da Sala Histórica da EDNA – PS-5 A.05.55