segunda-feira, 17 de maio de 2021

 





PADRE SIQUEIRA E O AMPARO DE MARIA

Irmã Lucinalva Soares da Silva, cfa

O Evangelista Lucas narra a passagem em que o Anjo Gabriel faz um grande anúncio da parte de Deus, à jovem Maria. Disse-lhe: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28) [...] Eis que conceberás e darás à Luz a um filho e porás o nome de Jesus!”(Lc 1, 31). Ao dar o seu Fiat, não só a vida de Maria se transforma, mas a de toda humanidade. Ela se torna amparo do Divino. Como pode uma jovem ser Amparo de um Deus tão grande? Ao aceitar ser a mãe do Salvador, Ela se torna verdadeiro amparo, pois sabia que os desafios a serem enfrentados não eram poucos. Entretanto, não desanima e ampara o imenso projeto de Deus em sua vida.

Padre Siqueira, verdadeiro filho da Igreja, tinha certeza dos cuidados de Nossa Senhora para com a humanidade. Sempre teve plena confiança na proteção e sustentação de Maria Santíssima (como ele mesmo expressava) nas horas cruciais de sua vida. Quando intitulou a obra com o nome de Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, ele bem sabia o que representava AMPARO. Em meio há um contexto social cheio de muita miséria e abandono, onde “as meninas pobres, sobretudo “órfãs expostas aos perigos da miséria e a mil desgraças...” (Identidade da Educação Siqueirana.); se empenha em fundar uma Escola para acolher as pobres crianças. Verdadeiro patriota que era não mediu esforços para tentar amenizar a miséria da época através da Educação. Este foi seu maior desafio em meios a tantos contratempos encontrados, pois como ele próprio bem expressou: “A S. M, o Imperador Dom Pedro II, não apreciava a educação voltada para meninas pobres”. Mas a convicção do nosso Fundador e a certeza de que estava no caminho certo, era tão grande, que as dificuldades não o abateu. Sabia que a obra tão sonhada e almejada “não era dele, mas sim de Deus.” E assim agiu e realizou o seu sonho.

A devoção do Padre Siqueira para com a mãe de Deus (Theotokos) era de imensa confiança e proximidade. Seu nascimento aconteceu no dia 16 de julho em 1837, dia de Nossa Senhora do Carmo; foi batizado no dia 31 de julho de 1837, na matriz da Imaculada Conceição (Jacareí-SP), paróquia de origem, e ordenado no dia de Nossa Senhora da Conceição, 08 de dezembro de 1864, dez anos após o papa conceber a Maria o título de Imaculada Conceição e o torna dogma.

Maria esteve sempre nos fatos marcantes da vida do Fundador. Entre tantos títulos dados a Nossa Senhora, um só justifica o que ela representa. Para ele, Maria é mãe que Ampara, cuida, zela, sustenta e oferece proteção. Padre Siqueira tinha motivos dar a Obra o título de nossa Senhora do Carmo ou Imaculada Conceição. No entanto, opta para tão sonhada obra, o nome de Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo. Só um verdadeiro filho da Igreja poderia confiar todo cuidado da obra à mãe de Deus. Só quem realmente se sentiu acolhido, amado, amparado em meio aos desafios da vida, sabe o que significa o amparo de Maria. Acredito que nas andanças, em prol de angariar recursos para a construção da escola, diante de tantos nãos e dificuldades, clamou muito por Amparo. Não via senão a Mãe de Deus presente em sua vida e nos acontecimentos. Ninguém, jamais, antes, neste País, tinha tanta confiança no Amparo de Maria, como o padre Siqueira. Para ele Amparo não só representava cuidado e proteção, mas a presença amorosa de Deus, através de sua Mãe.

Quando olhamos e refletimos sobre a obra Amparo, percebemos que o olhar do nosso Fundador era de Filho que confia e se entrega aos cuidados da Mãe, sem titubear. Como bom leitor e meditador da Palavra, onde acompanhou os passos de Maria, desde a anunciação até pentecostes, não teve nenhuma dúvida de que o cuidado de Nossa Senhora não lhes faltaria.

Assim, como nosso Fundador, queremos nos colocar sob o amparo de Maria, e nos entregarmos aos seus cuidados. Peçamos-lhes que Ela interceda por todos nós, filhas e filhos, no contexto de mundo atual que atravessamos, de dor e sofrimento, causados pela pandemia. Que possamos sentir o amparo de Maria sempre a nos embalar. Amém!


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