domingo, 4 de fevereiro de 2024

 




Sua vida: Um Testemunho

 

    Testemunhar é afirmar uma verdade diante dos outros.

    O Profeta tem uma vida de afirmação das verdades evangélicas,

   O Padre Siqueira qual um outro São Francisco, mostra, sem hesitação, em diversos acontecimentos de sua vida, que, de fato, se decidiu pelo Reino.

    É um profeta sem restrições!

   Ele é uma afirmação da pessoa de Cristo, do seu Evangelho, sem deixar dúvidas.

    Sua vida se constitui numa lição evangélica, num testemunho.

É o servo de Deus pronto e dócil ao chamado de seu Deus: “fala, Senhor, que Teu servo escuta” (1Sm 3,10).

Já nas suas convicções, quando lutando para criar sua instituição, deixa escapar uma frase que se torna notável e que bem caracteriza sua consciência de Profeta: “minha convicção de que era chegado o tempo, e de que a obra era de Deus, era tão forte, que a minha divisa única foi e é: ou a morte, ou o triunfo de um empreendimento que considero divino” (Apelo ao País).

E é assim que ele age e reage perante as adversidades.

Não conhece meias medidas.

Com o objetivo de conseguir dinheiro para realizar seu plano de construir e fundar a Casa de Educação idealizada, o Padre Siqueira fez muitas viagens. E muitas coisas lhe aconteceram, dando-lhe ocasião de testemunhar sua grande fé e humildade.

Lê-se na história de sua vida que, certa vez, chegando ao anoitecer em uma fazenda, exausto da caminhada a cavalo, por longas estradas e fatigado do sol ardente de todo um dia, o intrépido Padre Siqueira pede uma pousada para aquela noite.

As trevas já cobriam a terra, não lhe permitindo continuar sua jornada pela estrada fechada de floresta. Fora atendido por um escravo que, levando o seu pedido ao conhecimento do senhor da casa, volta e lhe diz em termos grosseiros e pesados a recusa do fazendeiro, transmitindo-lhe a sugestão de pernoitar junto aos animais da ceva. Perto havia uma pocilga. E, por oferecer lugar mais protegido, é aí que o Padre Siqueira passa aquela noite, tendo por cama a terra nua e por teto o céu estrelado.

Tranquilo, sereno, sente o coração a transbordar de alegria por haver sofrido tal injúria pelo seu Senhor e pelas pobres crianças órfãs.

Pela manhã, surpreende-se o fazendeiro, vendo o Sacerdote junto à cerca dos animais, rezando tranquilamente seu breviário. Chamando-o tenta desculpar-se. Ele porém, sem o mínimo sinal de ressentimento, procura persuadir a todos de que a noite passada ao relento era a sua partilha, restando-lhe agora receber a esmola para as suas órfãs.

De fato, o ideal o impulsionara por dentro.

Sua ideia quase fixa nas tristes cenas que presenciara de miséria e de luto neutralizara sua sensibilidade.

O seu eu não era o mais importante, porém, a missão a que se sentia chamado.

O que estava em questão eram a suas órfãs: “ou a morte ou o triunfo desta obra que considero divina”.

E continua sua vida de testemunho, como se as humilhações não se machucassem, procurando sempre fazer o que lhe parece ser a vontade de Deus.

Cansaço?!

Indisposição física?!

Pouco importa.

Enfrentando sol e chuva, fazendo madrugadas, vai ele testemunhando o Reino pelo qual vive e luta.

Tudo faz parte de sua missão profética.

Impressionante é o que presenciara numa destas viagens o sacristão que o acompanhava.

Era madrugada quando saíram.

E ao amanhecer o dia, em plena floresta, o Padre Siqueira, improvisando um altar, celebra a Santa Missa. Oferece o Santo Sacrifício pela redenção da humanidade pecadora.

Consagra e eleva as sagradas espécies, supondo ter como único participante o seu companheiro de viagem. No entanto, alguns marginais escondidos esperavam o momento oportuno para o assaltarem.

_ “Este Padre é o pedido de dinheiro”, pensavam eles.

Mas ... coisa estranha!

Por diversas vezes tentaram lançar-se para agarrá-lo, mas algo os detinha.

Finalmente, ao terminar a terminar a Missa, o Sacerdote volta-se e diz a aclamação “ide em paz ... que o Senhor vos acompanhe”.

A expressão do Padre Siqueira, sua piedade, seu fervor e sua convicção ao pronunciar estas palavras foram tais que comunicaram aos assaltantes a paz e a conversão. Prostrados por terra, comovidos, confessam seu pecado ao santo Sacerdote que os absolve e os confirma na fé cristã e na paz experimentada.

É o homem de Deus dispensando graças de salvação ao pecador arrependido!

É o profeta do Altíssimo, testemunha que é por sua vida.

Ele anuncia a fé e o amor através da celebração dos Santos Mistérios.

O seu modo de rezar, de celebrar, seu recolhimento, sua fé e respeito diante do sagrado, são bem um testemunho.

Levaram estes homens a crer firmemente na presença santíssima do Pai das graças e das misericórdias.

 

Fonte:

Padre Siqueira - Vocação e Compromisso de Profeta

Irmã Jacinta Medeiros Gurgel-cfa


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