quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Escritos do Padre Siqueira - A CONGREGAÇÃO DE NOSSA SENHORA DO AMPARO - CAPÍTULO 1º


 A CONGREGAÇÃO DE NOSSA SENHORA DO AMPARO

CAPÍTULO  1º

 

‘’ARTIGO 1º E ÚNICOData desde o começo da humanidade, sempre que circunstâncias especiais têm reclamado reunirem-se parcialmente um número de pessoas para fins coletivos vir a, com maior força, fundar uma grande obra ao debelarem um mal eminente, como soldados que em linha de batalha avançam com força coletiva sobre os territórios de suas conquistas. Na Igreja de Deus também se tem congregado homens e mulheres, e sempre em seus tempos mais calamitosos para, como soldados da Milícia de Cristo, com a Cruz alçada, o estandarte da fé, continuarem a conquista do Gólgota seguida pelos Apóstolos cujos exemplos, depois dos mesmos Apóstolos, temos em São Francisco de Assis, São Vicente de Paula, Santo Inácio, São Francisco de Sales e São Luis e das Santa Clara, Santa Teresa de Jesus, Santa Joana de Chantal, Santa Catarina de Sena e outros muitos grandes santos e santas que seria difícil enumerá-los.

            A Congregação na Igreja de Deus foi uma necessidade de todos os tempos e sua origem é toda Divina. Foi o mesmo Jesus Cristo quem o disse: ‘’Onde houver duas ou mais pessoas em meu nome, eu estarei no meio deles.’’[1] A primeira Congregação que houve na Igreja foi a dos próprios Apóstolos que se configuraram a Jesus Cristo e foram confirmados e iluminados pelo Espírito Santo no Cenáculo e saíram com a força coletiva para pregar a verdade.

            A missão ou o ponto objetivo de todas essas congregações, tem sido, mais ou menos, a oração  o ensinamento.

            Jesus Cristo orou muito, pregou e ensinou muito e o primeiro preceito que impôs aos seus Apóstolos depois da oração foi o do amor.

            Os Apóstolos oraram, pregaram e ensinaram.

            De Jesus Cristo datam, portanto, as Congregações docentes, abrindo seguimentos para esses dois divinos preceitos. A Congregação docente    ainda prescreve um outro preceito também ordenado por Jesus Cristo quando disse: ‘’Deixai vir a mim os pequeninos porque deles é o Reino dos Céus.’’[2] Em que demonstrava o quanto amava a reunião e a união dos pequenos a Ele. Este preceito sublime do Evangelho e seu cumprimento não só é de vantagem imensa para Deus, para a Igreja e para a própria sociedade como de grandes consolações para a congregação docente: o afagar as criancinhas, salvá-las da perdição, formar seus inocentes corações no amor de Jesus Cristo e dirigi-las para o céu!  Haverá no mundo missão mais nobre?

            A Congregação docente não só está no espírito da Igreja como  é a continuação do verdadeiro apostolado. A França, a Espanha, a Itália, a Inglaterra e a Alemanha têm visto erguerem-se como fermento essas importantes congregações docentes sempre  inesperadamente por virem justamente nas ocasiões de lutas e perseguições contra a mesma Igreja. Nessas condições está o Brasil onde uma Congregação docente faz-se necessária e urgente. A perseguição contra a Igreja, os vexames civis das leis, a provação que a afligem bebendo todos os erros que se importam da Europa     sem encontrar Casas Colégios ou Asilos onde possam beber a boa doutrina, colher a verdade e receber o bem e outros muitos males espúrios a prevenir-se.         

            Entretanto, no meio de tudo isto são as vocações verdadeiramente extraordinárias que se manifestam, porém frágeis de Providência Divina, que formam um conjunto de circunstâncias as quais nos mostram a necessidade da Congregação docente.’’

Fevereiro/ 1876                                                                                Padre João Francisco de Siqueira Andrade

(Transcrito por Ir. Neli e Ir. Rossana (maio/2013), do original escrito pelo Padre Siqueira que se encontra nos arquivos da Sala Histórica da EDNA – PS-5 A.05.55



[1] (cf.Mt 18,20)

[2] (cf. Mt 19, 13-15)


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