quinta-feira, 11 de novembro de 2021


 

Padre Siqueira

Primeiros passos

 

         Padre Siqueira, agora ordenado Sacerdote, volta para a Diocese de São Paulo onde recebe com entusiasmo a sua nomeação para coadjutor da Paróquia de Mogi das Cruzes,4 dada pelo Bispo Dom Sebastião Pinto do Rego, em 18 de maio de 1865.

 

Soldado de Cristo e voluntário da Pátria

 

           De 1864 a 1870, o Brasil viveu o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a guerra do Paraguai.

            O jovem sacerdote não podia ver as levas de recrutas sem assistência espiritual que diariamente passavam para os campos de batalha. Deixa, pois, a coadjutoria e alista-se no 7º Batalhão de Voluntários da Pátria, como Capelão Alferes, em 22 de julho de 1865.

          A vida no Paraguai e os sacrifícios exigidos abalaram fortemente a saúde do Padre Siqueira. Contraiu ali a tuberculose5, moléstia insidiosa que aos 43 anos de idade, o leva à sepultura.

Regressa a sua terra natal em 18 de novembro de 1865.

 

Visitas direcionadas a fundação de sua obra.

 

            Em Porto Alegre, visita alguns Asilos-Escolas dirigidos pelas Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Encontra-se com Madre Bárbara Max e convida-a para trabalhar em sua obra que, naquele momento só existia em seu pensamento.

           Viaja para Montevidéu em 01.01.1866 onde visita obras educacionais, a fim de habilitar-se para a obra que desejava iniciar. Regressa, em 19.03.1866. Ele nos diz que antes de sua viagem a Montevidéu já havia percorrido o interior das províncias de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Viu uma grande desproporção na educação. Em vez de preparar condignamente as pobres órfãs, tecia-lhes um futuro cheio de dor, dando-lhes uma educação inadequada a sua condição.

          “Os tempos se passaram... O anjo da morte passava sobre todos os telhados anunciando a cada dia a orfandade em novas famílias desvalidas! O luto enegrecia as entradas dos templos e as lágrimas lavavam os pavimentos. As choupanas se fechavam e as desgraçadas viúvas cobertas de andrajos, levando diante de si suas tenras filhinhas, apresentavam-se às portas dos taberneiros para solicitar-lhes uma fatia de pão! Meu Deus! Quantos infortúnios eu presenciei, quantos insultos àquelas pobres viúvas!... Quantas atrocidades aquelas infelizes vítimas... Quem  sabe quantos outros horrores ocasionadas pela fome  e pela miséria! Não ! Disse eu, não é possível conter os impulsos do meu coração! Não há para mim maior sacrifício. Não vou salvar toda essa porção frágil e desafortunada da humanidade; uma só infeliz que com a graça do Senhor e a proteção da Augusta Virgem do Amparo, nossa Mãe e Protetora, eu possa salvar do ameaçador naufrágio, já me será uma inexcedível consolação”.6

Em 20.05.1866 assume a Paróquia em São José do Paraíba/SP7. Deixa esta Paróquia um ano depois com o amigo, o bom Padre Godoy.

             Em 25.06.1867 parte para Minas Gerais em companhia do desembargador João Monteiro de Barros e sua família, buscando refazer-se fisicamente perto das águas medicinais de Baipendi.

              É ele que nos diz:

“Daí de Baipendi, seguimos para o Rio de Janeiro. Chegando à Corte, descansei dois meses, sem dar passo algum porque as dificuldades que surgiam diante de mim eram tantas que se me afigurava impossível a minha ação em semelhante época... consultei algumas pessoas e o meu próprio coração e tirei como resultado dar começo à obra sem atender mais à dificuldade alguma8”.

 

Em Petrópolis

 

          O casal Moreira Guimarães, domiciliado em Laranjeiras, Rio de Janeiro/RJ, possuía em Petrópolis, no bairro de Corrêas, a Fazenda da Olaria, onde passava o verão. A esposa, Dona Ana Leocádia era uma Senhora de caráter viril e doce, tinha sempre uma palavra meiga para suavizar as amarguras dos que sofriam.

         Enquanto descansava, o Padre Siqueira encontra o citado casal que o convida para restabelecer sua precária saúde, sua chácara, na Corte, onde foi tratado como verdadeiro filho. Depois, vem com o casal para a na Fazenda da Olaria. Ali o Padre Siqueira recuperava sua saúde, dado à oração, à reflexão, celebrava Missa diária, ora na Capela da Fazenda da Olaria, ora na Capela de Nossa Senhora do Amor Divino, centro da vida religiosa do lugar.

 

Livro:

PADRE SIQUEIRA -  O Profeta da Caridade

Autora: Irmã Neli do Santo Deus,cfa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4. Sala Histórica EDNSA, OS-1-A.2.14

5. Remédios usados pelo Padre Siqueira, conforme receita médica, de 1869 a 1880. Sala Histórica EDNSA, OS-2-A.01.32

6. Memorial de Viagens Sala Histórica EDNSA, PS-1-A.02-16

7. Memorial de Viagens Sala Histórica EDNSA, PS-1-A.02-15

 

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