sexta-feira, 21 de janeiro de 2022



Hoje, dia 22/01/2022, redemos graças a Deus pelos 151 anos de existência da Casa Mãe da Congregação das Irmã Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo.

 “Por tudo, demos graças ao Pai!”

 


A Inauguração

           Padre Siqueira, em 11.01.1871, no Jornal a Reforma, anuncia a inauguração da Escola, no dia 22 de janeiro do mesmo ano.

           A primeira Missa foi celebrada pelo Internúncio Apostólico, Monsenhor D. Domingos Sanguini, às 9 horas da manhã, com a presença de suas Majestades Imperiais e o povo da cidade de Petrópolis.

          Para cuidar do ensino e direção interna do estabelecimento ele contava com as religiosas da Congregação do Imaculado Coração de Maria. A fundadora, Madre Bárbara Max veio com quatro Irmãs, todas habilitadas para o ensino e a educação doméstica. Contava com a ajuda de um capelão Padre João de Santo Antônio, natural de Minas Gerais, sacerdote zeloso que assume a administração geral da casa, enquanto o Padre Siqueira continua em suas viagens suplicando o óbolo da caridade para sustento das meninas pobres.

         Padre Siqueira, exultando de alegria diante da obra, do Imperador, do povo e das crianças diz: “A Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo é um estabelecimento do país e não de uma província, porquanto é filha só da caridade e a caridade não tem pátria, nem limites”23. Cheio de emoção, após a missa agradece a todos e faz um discurso sobre o amor.

         O Jornal do Comércio em 29.01.1871, narra esse acontecimento: “A alegria traduzia-se em todas as fisionomias; a piedade manifestava-se em todos ao ver aquelas pobres inocentes que entravam guiadas pelas Irmãs do Imaculado Coração de Maria, para o templo da virtude”. E ainda: “É, pois, desde já, como noticiamos uma realidade, a Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, realidade que muito recomenda o espírito caridoso de nossa terra, para o qual fazemos apelo em favor desta santa criação, procurando corresponder sempre às virtuosas aspirações do digno fundador, o Reverendo – Padre Siqueira, cujo nome, coberto de bênçãos, começa a pertencer à posteridade.” O jornalista conclui, dando os parabéns ao Padre Siqueira “por atender as mais palpitantes necessidades da família brasileira e da sociedade: a elevação da mulher pela instrução e o amparo da virtude pelo trabalho”. (Petrópolis, 26.01.1871).

          A inauguração, com trinta meninas, deu-se numa parte do prédio que já havia sido concluída. Por esta razão o Padre Siqueira continua esmolando e fazendo apelos ao povo brasileiro.

 

O nome

              O nome foi dado pelo Padre Siqueira, Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo.

              A Palavra doméstica era padrão na educação da mulher naquela época, a quem lhe era negado direitos civis e a instrução. Bem contrário era o pensamento do fundador. Queria ir além do ensino doméstico, formar professoras para os estabelecimentos públicos e particulares do Brasil.

          Quanto ao título “Nossa Senhora do Amparo” tem forte ligação com a significação da Virgem Maria, especificamente Nossa Senhora da Soledade, como amparo dos desvalidos. Conforme o Jornal Tribuna da Bahia (2012), Nossa Senhora do Amparo é padroeira da Sociedade Protetora dos Desvalidos, sediada na Bahia a partir de 1832.

          A devoção a Nossa Senhora do Amparo é bem antiga, como podemos constatar pelo ano da construção da Igreja, com o mesmo nome, em Olinda-PE, em 1613. A Igreja foi construída pela Irmandade de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos.

           Recorrer à Virgem do Amparo era uma prática da sociedade, a mais desamparada. Pensar nesse título para sua obra, sem dúvida, era para o Padre Siqueira materializar uma relação afetuosa já existente entre os desvalidos e a Mãe de Deus. Encontrou nesse título a alma e a identidade da Escola Doméstica.

 

Livro:

PADRE SIQUEIRA -  O Profeta da Caridade

Autora: Irmã Neli do Santo Deus,cfa

 


 

Padre Siqueira - Homem de Fé, firme como rocha

  Homem de fé, firme como a rocha            O Reino anunciado por Cristo é um Reino exigente. “Ou Deu ou as riquezas”. “Não se pode servir ...